História, Memória e Identidade: Como Fazer um Museu
Resumo
O presente foi invadido pela memória. A partir do final da década de 1970 e do início da década de 1980, houve uma ruptura no modo como a sociedade se relaciona com o tempo. Nesse período, a memória emergiu como uma preocupação cultural e política central no Ocidente. Os discursos de memória sobre eventos traumáticos do século XX – primeiramente sobre o holocausto e, depois disso, sobre outros eventos chocantes, tais como as violações aos direitos humanos ocorridas durante as ditaduras civil-militares do Cone Sul, por exemplo – são efeito tanto do desencanto social com a crença no futuro, típica dos movimentos e das filosofias modernistas, quanto da emergência de um presente hipertrofiado que busca raízes no passado para reconstituir identidades fraturadas pela aceleração dos acontecimentos e pela globalização.
Referências
Reinhart Koselleck, Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos (Rio de Janeiro: Contraponto, 2006).
Em latim, “história mestra da vida”.
François Hartog, O tempo desorientado: tempo e história. “Como escrever a história da França?”. Porto Alegre: Anos 90, n. 7 (Julho de 1997), 8.
Expressões retiradas da obra: Andreas HYUSSEN, Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia (Rio de Janeiro: Aeroplano), 2000.
Pierre Nora, Les lieux de mémoire (Paris: Gallimard, 1992, p. 1010.
Andreas Huyssen, Op. cit., 16.
Michael Pollak, “Memória, esquecimento, silêncio”, in Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3.
Idem.
Segundo o Superior Tribunal Federal, a Lei de Anistia segue em vigência no país até hoje.
Victoria DIckenson, “Reformando o museu: raízes e ramificações”, in Luís Marcelo MENDES, (org.). Reprograme (Rio de Janeiro: Catarse, 2012), 77.
Walter Mignolo, Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras UFF, Rio de Janeiro, n. 34 (2008), 287-324,
Jacques Le Goff, História e memória. Vol. 2. Lisboa: Edições 70, 2010, p. 96.
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ISSN nº 2317-8329